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2 de agosto de 2019Atualmente, a dependência química atinge cerca de 13% da população no Brasil, ou seja, aproximadamente 27 milhões de pessoas sofrendo por não conseguir lidar com as suas compulsões.
Pensando nisso, a Clínica de Psicologia Viva Mais criou um grupo de vivência em dependência química, com o objetivo de oportunizar aos participantes um espaço de expressão, de comunicação e de discussão sobre os sentimentos relativos ao uso de substâncias psicoativas bem como os prejuízos sociais laborais e familiares do uso de qualquer tipo de substancia que possa levar o indivíduo a diminuição da auto critica.
Diante disso, o grupo se ocupa de trabalhar com o indivíduo nos seguintes aspectos:
Promover a aceitação de sua condição
O primeiro passo de AA é “admitir que somos impotentes diante da substancia de preferência”. Diante disso o objetivo é que o paciente possa compreender sua doença, como estes sintomas se manifestam nele através de comportamentos, e sentimentos sejam eles negativos ou positivos. Entendendo quais os mecanismos de defesa presentes em cada situação e consequentemente atitudes autodestrutivas.
Promover o desenvolvimento de recursos emocionais
Depois que o paciente conhece “o inimigo” fica mais fácil desenvolver ferramentas para lidar melhor com esta situação desconfortável. Dessa maneira, os pacientes podem se movimentar em uma posição onde são mais capazes de assumir responsabilidade pelo seu processo de mudança.
Quando um profissional qualificado (ou um grupo de profissionais) ajuda o dependente químico prestando suporte ao fator emocional, no sentido de acolher e trabalhar os sentimentos é possível que o paciente possa ter uma percepção mais real do que está vivenciando.
De acordo com Rollnick e Miller “um estilo de aconselhamento diretivo, centrado no paciente, que visa estimular a mudança do comportamento, ajudando os pacientes a explorar e resolver sua ambivalência ‟. Dessa maneira, os profissionais avaliam dados interessantes e concretos que ajudam o dependente a resolver os seus problemas, diminuindo as suas fantasias e os auxiliando a enfrentar as crises.
Prevenir às recaídas
Uma das maiores dificuldades das pessoas que estão em algum tipo de tratamento para dependência química são as recaídas, pois estamos constantemente tentando exercer o autocontrole e em alguns momentos fica muito difícil lutar contra este inimigo que é interno, ou seja, a própria compulsão pelo prazer imediato. Por isso que os exercícios de prevenção á recaída busca desenvolver habilidades sociais, estratégia de enfrentamento, identificação, antecipação e manejo de situações de risco, além de fatores motivacionais, redes de apoio, vantagens e desvantagens do uso, entre outros. Lembrando que se houver situações de recaída, o grupo tem a função de acolher e ajudar para que o indivíduo possa retomar seu tratamento de forma assertiva.
Favorecer a integração de pessoas com a mesma dificuldade
Como citado no tópico anterior, além do acolhimento, o grupo funciona como o que chamamos de “ego auxiliar”, ou seja, de forma cuidadosa, afetiva e acolhedora, tenta mostrar para o indivíduo os caminhos ele percorreu até chegar na situação em que está.
Considerando que a dependência química é uma doença que age na parte responsável pela auto crítica, dificultando que o indivíduo possa ter uma visão coerente em determinadas situações, o grupo vai servir como norteador, e os participantes poderão aprender com as experiências uns dos outros, conduzidos pelo terapeuta.
É muito importante saber que não estamos sozinhos quando enfrentamos qualquer tipo de problema, por isso esse apoio em momento de crise é fundamental para fortalecer auto estima e auto confiança. Receber um feedback de um amigo do grupo é fundamental para fortalecer o psicológico. Durante as reuniões, colocam-se diversas questões individuais em perspectiva mostrando que ninguém está sozinho — isso reduz o sentimento de solidão e a depressão.
Promover autoconhecimento
O autoconhecimento pode ser considerado a base fundamental para o sucesso no tratamento de dependência química, isto por que, quanto mais a pessoa consegue reconhecer seus próprios gatilhos para o uso de substancias psicoativas, mais ela pode desenvolver recursos para enfrentar esta situação.
Certa vez um paciente me disse “difícil não é ficar sem usar, difícil é ficar sóbrio”. Ou seja, compreender o que existe nesta sobriedade que é tão difícil de encarar é o nosso maior desafio, aprender a lidar com os monstros internos e ajudar o dependente a perceber que ele não está sozinho é o nosso desafio.
O grupo será orientado por: Karen Kobayashi Psicóloga, especialista no tratamento de dependência química pela Clínica Quinta do Sol CRP 08/23373 e com coparticipação de Mariene Moraes Psicóloga e em processo de conclusão de especialização no tratamento de dependência química pela Clínica Quinta do Sol CRP 08/25683