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24 de janeiro de 2020Com certeza você já ouviu falar em Autismo e, com certeza, você também já teve dúvidas sobre os sintomas e tratamento deste transtorno que é mais comum do que podemos imaginar.
Segundo dados do Center of Deseases Control and Prevention, um órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe um caso de autismo para cada 110 pessoas. No Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões sejam autistas e apesar deste grande número, eles ainda sofrem para fechar o diagnóstico e encontrar o tratamento adequado.
Neste artigo vamos saber mais sobre o diagnóstico, sintomas e tratamento do Autismo.
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O que é Autismo?
O termo correto para o Autismo é TEA (Transtorno do Espectro Autista) e anteriormente o problema era dividido em cinco categorias, entre elas a síndrome de Asperger. Hoje, o Autismo possui uma única classificação com diferentes graus de funcionalidade e a forma de lidar com cada uma delas é diferente. Confira as três funcionalidades do Autismo:
- Baixa funcionalidade – onde a criança praticamente não interage com ninguém.
- Média funcionalidade – a criança tem dificuldades de se comunicar e repete comportamentos.
- Alta funcionalidade – todos os sinais são mais leves e os autistas conseguem trabalhar, estudar e realizar qualquer tipo de atividade.
O TEA afeta o desenvolvimento das habilidades de comunicação e interação social e por se tratar de um transtorno pervasivo e permanente, ele não tem cura. Depois de diagnosticado, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível com estímulos constantes e diários das regiões cerebrais afetadas, para que os sintomas sejam suavizados e o paciente possa viver da melhor forma possível.
A importância de um rápido diagnóstico
Mas como fazer esse diagnóstico? Essa é uma grande dúvida que as famílias trazem na hora de identificar se estão diante de um espectro autista ou não. Existem características que são mais intensas em alguns pacientes e que podem nem aparecer em outros, por isso sempre a ajuda de um profissional da área, ou uma equipe multidisciplinar, será o melhor caminho para fechar esse diagnóstico.
Quando o paciente é diagnosticado nos primeiros anos de vida e o tratamento multidisciplinar é iniciado logo em seguida, este paciente irá aproveitar ao máximo seu potencial cerebral em nível de desenvolvimento neuropsicomotor, suavizando sintomas e fazendo com que ele saiba viver com suas limitações.
Pesquisas internacionais mostram que todo o tratamento e estimulação que é feita em parceria entre a equipe de saúde, família e escola, trazem resultados muito melhores do que quando feito só por uma parte. Por isso, famílias e pacientes devem ser acolhidos para que tenham paciência e persistência durante o tratamento. Com toda essa união de forças e um diagnóstico precoce, com certeza a criança irá se tornar um adulto com todas as suas potencialidades bem desenvolvidas, mais capacitado, feliz e bem sucedido.
Diagnóstico tardio na vida adulta
O transtorno não afeta somente as crianças, muitas vezes o diagnóstico tardio, já na vida adulta, pode resultar em prejuízos muito graves no trabalho e na vida social do paciente. São aquelas pessoas que podem passar anos sentindo que não se encaixam na sociedade e colocam a culpa em várias coisas.
Geralmente as características mais marcantes nesses pacientes são a timidez, ingenuidade, sensibilidade, dificuldade em lidar com alguns estímulos ao mesmo tempo e evitam algumas pessoas e lugares. Geralmente são vistos como pessoas mais ríspidas e que não gostam de conviver com outras e nem em grupo.
Sinais que podem ser alertas
Como falamos anteriormente, os pacientes podem demostrar características diferentes e particulares, o que pode levar a dúvidas na hora do diagnóstico. Por isso, é importante ficar atento a todos os sinais.
Separamos alguns que podem servir de alerta, confira:
Falta de contato visual – É comum o Autista se sentirem desconfortáveis em olhar nos olhos, até mesmo quando são chamadas pelo nome. Esse sinal pode ser percebido desde bem cedo, até mesmo durante a amamentação.
Evita contato físico – Alguns Autistas não gostam de ser tocados, pois se sentem desconfortáveis com essa situação, como se fosse uma espécie de fobia.
Procura o isolamento – eles preferem ficar e brincar sozinhos, pois tem dificuldades em socializar.
Repetição de movimentos – muitos espectros autistas fazem movimento com o corpo, como balançar as mãos, bater os pés, girar objetos e até mesmo fazer sons repetitivos, tudo isso para organizar seus pensamentos.
Atraso na fala – geralmente elas demoram a começar a falar e repetem com frequência o que ouvem. Balbuciar e não conseguir completar uma frase de forma correta, também pode ser um sinal de Autismo.
Precisam de rotina – ter uma rotina bem estabelecida é uma forma que o Autista tem de controlar o ambiente em que está inserido.
Sensibilidade aos sentidos – eles são mais sensíveis aos sons, cheiros, sabores e toques, por isso é comum se incomodarem em ambientes mais barulhentos.
Hiperatividade – geralmente os Autistas são mais agitados e não conseguem realizar uma atividade até o fim.
Ausência de medo – muitas vezes o espectro autista não tem consciência do perigo que o cerca.
Apego a algum objeto incomum – eles podem apresentar interesses fixos e apego a determinado objeto, ficando nervoso se estão sem ele ou se alguém mexer.
Pouco tolerante a frustrações – eles tem dificuldades em lidar com regras, portanto não sabem o momento certo de chorar e rir e fazem isso aparentemente sem motivo algum.
Atendimento psicológico para o Transtorno do Espectro Autista
Atualmente um dos tratamentos mais seguros do Autismo é a Terapia comportamental (TC), pois é baseada em evidência científica. Dessa maneira, é feito uma investigação do dia a dia do paciente para descobrir os problemas que eles enfrentam pelo condicionamento clássico e mudanças cognitivas. Essa busca visa alterar os comportamentos disformes apresentados pelo paciente e pela família.
Geralmente as terapias comportamentais possibilitam ao paciente uma interação com jogos e objetos, que irão auxiliar no raciocínio e resolução de problemas. Essas atividades serão monitoradas de maneira única e exclusiva de cada paciente, visando um resultado específico.
Para se ter uma melhor resposta diante deste tratamento, é importante que a terapia seja feita não só com o paciente, mas sim que a família receba orientações de como estimular a criança em casa.
Lembre-se que, mesmo que você ainda não tenha um diagnóstico definitivo, não perca tempo. Trabalhe as dificuldades do seu filho, procure um especialista, pois quanto antes essas dificuldades forem tratadas, melhor será o resultado do tratamento.